“As recompensas estão chovendo na casa de champanhe Lonclas”, escreveu o jornalista Damien Engrand, do jornal francês L´Union, ao comentar as recentes conquistas do produtor e enólogo Bernard Lonclas.

Primeiro foi o troféu “Best Chairman”, recebido por Bernard Lonclas no evento “Champagne & Sparkling Wine World Championships”, em evento que reuniu o crème de la crème da indústria de Champagne e espumantes  do mundo em novembro de 2022 no icônico Merchants Taylors Hall, em Londres. O “Best Chairman” é o prêmio mais cobiçado pelos produtores e é um reconhecimento como um dos principais arquitetos do renascimento da vinha em Bassuet e, por extensão, no “país” (sub-região) de Vitryat.

Em janeiro deste ano, 2023, Bernard Lonclas recebeu o diploma da grande medalha de prata por “seu alto valor profissional, sua atividade e sua devoção à comunidade vitivinícola de Champagne”, em nome da Corporação dos Viticultores de Champagne”, prêmio concedido durante o Saint-Vincent des Coteaux Vitryats, em Vanault-le-Châtel.  Esta distinção veio da Winegrowers Corporation, responsável em reconhecer os melhores vitivinicultores de Champagne.

Conheça Bernard Lonclas e sua linha de Champagne: Bernard Lonclas

As colinas de Vitryat

O troféu chegou à Bernard Lonclas depois de exatos 48 anos que as primeiras videiras foram transplantadas por Lonclas em Bassuet, no terroir de Vitryat, em Côtes des Blancs, na França. Em 1974, segundo Lonclas, as colinas de Vitryat eram “desprezadas” (“étaient regardés de haut”) pelos banqueiros e investidores e as vinhas eram quase inexistentes na região.

O cenário mudou radicalmente e hoje os vinhedos da pequena cidade de Bassuet se estendem por 90 hectares. O terroir desta sub-região de Côtes des Blancs é calcário, conhecido pela riqueza aromática do seu Chardonnay, que remete a frutas exóticas, cítricas e flores brancas.

Lonclas é filho de uma família de agricultores. Depois de dois anos de estudos e planejamento, fundou a Maison Bernard Lonclas. Ele cuidou de tudo – do planejamento de produção à enologia.

A primeira vindima ocorreu em 1976, rendendo 3.300 garrafas. Foi nesta época que foi instalada a primeira cuba de alumínio. Hoje, as equipes trabalham em uma planta com sistema termorregulado de última geração, em uma cuba com capacidade total de 8.700 hectolitros (60 cubas de inox e uma pipa de 42 hectolitros para o reserva perpétua).

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“Champagne de prazer”

A vinícola, que funciona na pequena cidade de Bassuet, se abastece com uvas de sua propriedade, de 10 hectares, que se estende por 11 crus, em várias parcelas. Graças a esta expansão e capacidade produtiva, é que a vinícola deu início à exportação de Champagne para novos mercados como o Brasil (com exclusividade da Mosto Flor), Coreia do Sul e Escandinávia.

Bernard Lonclas define o seu champagne como “delicado, fresco, que tem aromas dos frutos mais exóticos que os cítricos da Côte des Blancs podem proporcionar”.

“Gosto de fazer um champanhe de prazer, de sede, onde se chega a lamentar que o copo seja tão pequeno”, diz o enólogo.

Os dirigentes da Maison estão confiantes. A diretora Mathilde Lonclas, filha de Bernard, e diretora de exportação, diz que o próximo passo “além de aumentar a nossa produção e promover os nossos cuvées, é explorar todo o potencial do enoturismo”. A casa da nossa família está sendo reformada e incluirá uma grande área de degustação e um terraço com vista para o vinhedo. “Há uma demanda cada vez mais forte de nossos clientes para descobrirem nosso domínio”, declarou Mathilde ao jornal L´Union.